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Metades Ambulantes


Em meio a tantas declarações apaixonadas e frustradas nas redes sociais, de posts em blogs, de filmes água-com-açúcar do gênero comédia romântica completamente previsíveis... Estou aqui para falar nesse assunto tão bombardeado e por vezes chato: amor.

Na verdade minto, não irei falar sobre o que de fato seria o amor, até por que essa palavra é abrangente demais para as minhas poucas linhas de raciocínio, o que irei argumentar é sobre as pessoas, a eterna mania de se auto-comiserarem.
É aquilo de nunca conseguir se amar, sempre amar o outro de forma desequilibradamente altruísta, inferiorizando-se, depositando suas esperanças e muitas vezes toda a sua felicidade num modelo completamente humano e falho.
E as frustrações que vêm, apenas são a realidade se mostrando como sempre foi. Quando se descobre que aquela pessoa não é perfeita, que os seus defeitos são tantos quanto suas qualidades e que pior ainda: quando descobrimos que não existe reciprocidade.
Você o ama, mas ele não te ama tanto assim... Então você sofre, chora, se desespera e começa a postar frases da Clarice Lispector e tantas outras poetisas feministas no seu perfil do Facebook. Você jura que nunca mais irá se apaixonar e começa a se odiar terrivelmente por ser tão idiota, mas de repente conhece outro e... Pimba! Lá vem o viciante encantamento que quando não dá certo mata.

 Andam como se vivessem a procura de suas "caras-metade" fazendo com que suas existências resumam-se em serem metades ambulantes, carentes de uma felicidade muitas vezes idealizada e não real.

Idealizada e não real.





LER AO SOM DE: POR ENQUANTO - CÁSSIA ELLER



2 comentários:

Aluizio Medeiros disse...

"... fazendo com que suas existências resumam-se em serem metades ambulantes, carentes de uma felicidade muitas vezes idealizada e não real."
Crítica pontual e lúcida, perfeita!

Unknown disse...

:D Poxa professor Aluizio, é um prazer tê-lo em meu blog. :)
Obrigado pelo comentário!

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