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Palavras Vazias


Todos falam sobre injustiça e desigualdade. Todos falam sobre a importância do amor ao próximo, sobre o respeito, a sensibilidade... Mas e quando todas essas palavras tornam-se apenas "palavras"?
Palavras vazias.
Vazias de sentido, de significado, e mais que isso: palavras vazias de sentimento.
E quando passar por um mendigo na rua e esbarrar em uma criança drogada torna-se comum e até mesmo banal?
Estamos na era mais egoísta de todos os tempos. A era onde textos como esses são quantitativos, mas atitudes são raras. Era onde o "Eu me amo" vale mais do que o "amai ao próximo como a ti mesmo".
Era onde luxuosas igrejas, com carros importados no estacionamento e assentos confortáveis têm dentre suas preocupações as inaugurações de novos templos, ao invés de estruturação de vidas.

Hoje presenciei uma das cenas mais tristes da minha vida. Enquanto passava por um lugar frequentado por todos os tipos de pessoas, tanto ricos quanto pobres, avistei alguns mendigos. Cheguei, conversei e por fim dei a eles o que eu tinha de mais precioso: Jesus (além de poucas moedas que guardei para determinado fim).
O que mais me encantou naquela pequena conversa não foram os vários pedidos de agradecimento pela oferta dada, nem o jeito tímido dos pobres se ajeitarem para nos receber... O que me encantou foram os olhos de uma deles. Os olhos dessa senhora ao perceber que nós estávamos nos importando com aquela situação caótica brilharam e ficaram úmidos, ela nos deu um sorriso sem dentes cheio de gratidão, como se aquilo fosse raro!
Ao me afastar deles, como por uma fração de segundos, os tais começaram a brigar por aquele dinheiro, demonstrando a miséria em que viviam. Pareciam animais lutando pelo último alimento e assim revelavam o instinto primitivo humano em um triste palco mórbido da vida.

Saímos de lá com o coração apertado, avistando em contraste todas as belezas daquela grande cidade, com seus grandes carros, pessoas importantes e igrejas luxuosas. Culpei tudo e todos por aquele momento infeliz que presenciei. Culpei o governo, o capitalismo, e enfim concluí com um: "A vida é cruel."

No fim, só descobri que estamos muito longe do ideal perfeito da palavra "Amor", sabendo assim que Deus é amor e que no fim de tudo, nós, não sabemos de fato amar.

LER AO SOM DE: NÃO EXISTE AMOR EM SP - CRIOLO

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