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A Solidão de se estar em maioria


É rotina minha levantar cedo, tomar um café forte, pegar o ônibus de destino, olhar pela janela e ver se o tempo está ou não bom...
Esfregar os olhos enquanto bocejo pelo sono mal dormido, escutar uma música, checar uns emails no computador... Nossa já tenho 300 amigos no Facebook! Preciso atualizar o Antivírus... O cara que criou a Apple morreu?! 

Ando sempre do lado direito da calçada, por medo de ser atropelada, gosto de Chocolate ao Leite e Comédias românticas.
Estou nesse momento pisando nas poças de água da cidade, luto contra uma multidão nessa avenida movimentada...
Agora chove. Todos se abrigam em seus guarda-chuvas e eu fico desprovida, molhando-me banalmente.
Ninguém me enxerga; sou mais uma entre muitos, que talvez sejam como eu.
Não é que eu queira sair do anonimato, ás vezes prefiro ser assim mesmo. Mas a dor maior é que ninguém irá se importar...
Do que adianta estar em uma grande cidade, pólo dos sonhos dourados, com 300 amigos virtuais, viver acompanhada de pessoas, se no final de tudo volto a ficar sozinha em minha cozinha olhando para um prato e assistindo á uma reprise de seriado americano?

Sei que sou muito mais do que isso... Mais do que maioria.
Tenho tantos sonhos, tantas expectativas, tantas besteiras para conversar na calçada, tantas estrelas para contar e dar nomes...
Mas desejo tudo isso acompanhada, pode ser de poucos, mas que sejam os que me façam me sentir incluída... Existente.

Enquanto isso, o Eco é a minha única companhia. O Eco, o computador e um violão velho.

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