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Cada um é protagonista e anônimo ao mesmo tempo

Esta semana estava conversando com uma amiga sobre uma reflexão que fiz do mundo. Fiquei em silêncio só á observar o que se passa. Como descrevi no livro que estou escrevendo, se olharmos para a cidade grande, principalmente ao entardecer iremos perceber a fisionomia do cotidiano. Pessoas indo e vindo, esbarrando uma nas outras, cada um no seu mundo particular, pensando no trabalho de amanhã, no jantar em família, na briga com o namorado.


Sempre tem uma criança caída no chão ainda sob o efeito da droga e alguém olhando comovido, mas quase que automaticamente esse alguém é distraído por outro, que ao ver aquilo nem mais se interessa.
Há sempre um desesperado, sentado na frente de alguma loja, ou monologando em um banco de praça.
Será que já paramos para pensar qual será o final do percurso daquele rapaz em que esbarramos? O que ele fará quando chegar em casa? Qual o motivo de estar tão apressado? Ou tão triste? Talvez tão alegre?
Nós que nos consideramos protagonistas de nossa novela, visualizamos que com isso somos tão anônimos quanto eles para nós.


E foi pensando nisso que escrevi uma canção, inspirada por Deus, chamada "Escravo da Rotina". Espero que gostem!


As luzes da cidade
Parecem não mais distrair
Só são interessantes
Quando se mesclam
Com a chuva e o tédio


Olhando desse vidro
Num ônibus desse lugar
Pessoas diferentes
Cada um num mundo particular


Rotina...
Um dia de cada vez, me faz viver uma rotina
Sem eu mesmo perceber
Rotina...
O homem já é escravo do seu tempo
Da sua rotina


Os dias são ligeiros
Até parecem ser iguais
Os anos passam rápido
Ou será que eu envelheci demais?


Hoje eu acordei tarde
Nem no trabalho pensei mais
Preferi ir ver o sol
E senti a brisa da manhã


Rotina...
Um dia de cada vez me fez viver uma rotina
E nem mesmo percebi
Rotina...
Eu já fui um escravo do meu tempo
Da minha rotina

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